terça-feira, 30 de junho de 2009

Enquanto isso na Índia maquiada de Brasil...


Ao estudarmos a cultura hindu nos deparamos com algumas interrogações em nosso país. Em “Caminho das Índias” (precisei assistir alguns capítulos), o enredo novelesco nos mostra que o povo mantém desprezo pelos dalits, apesar da proibição por lei. Por que segregar “aqueles que nasceram da poeira sob os pés de Brahma”? Já ouvi por aí que, felizmente, quem é cristão não cultiva o preconceito: “Ainda bem que aqui não tem isso!”.

Pois bem, partindo dessa afirmação, pergunto: brasileiros cristãos, o que as pessoas fazem quando uma criança maltrapilha e desnutrida se aproxima do carro para vender algo? Levantei a mão: Vidro aberto logo é fechado. O olhar desvia para qualquer outro lado... Sinal verde. O carro acelera sem cerimônia. Podemos visualizar essa mesma cena milhares de vezes durante o dia, e tudo isso para manter as crianças dalits no “devido lugar”.

Por que nos prédios há entrada separada para empregados? Por que quem é desprovido de bens não pode ter tratamento digno nos hospitais e morrem em uma fila de espera, entre outros? Ora bolhas, nossa sociedade também está divida em castas! Classes A, B, C e D. Ricos, bom poder aquisitivo, pobres e, finalmente, a poeira sob os pés de Brahma.

Sim, senhor. Em nossa sociedade capitalista dividimos a população pela condição financeira. Quem tiver dinheiro valerá mais, não importa se a criatura for medíocre e boçal. Na Índia, o que justifica a segregação é a inferioridade espiritual. Lá e aqui há extremos – e penso eu que a verdadeira sabedoria está mesmo é no caminho do meio...

sábado, 27 de junho de 2009

Instante fragmentado


Esperando o vento se cansar de fugir...
Vendo aonde vai chegar...
"Alguma coisa".

O tempo não se perde para aqueles que não se entregam a ele...
Saindo daqui perco as cores
Os jornais pelo chão ensaiam voar...

O que se abriu um dia...fechou.
A tarde de um sonho lúcido...
Duas sombras que se buscam

A luz silenciou os espaços
Sem poder enxergá-lo...
Ela brinda ao chão deslizante

Cada passo...cada cor...
Ele se vira...ela espera...
"Alguma coisa".

O vento chegou. O tempo não foi perdido...
As cores ficaram.
Os jornais se foram...

Duas sombras que se acharam...
Retorno à luz
Ela sussurra..."É...deve significar alguma coisa"...

domingo, 21 de junho de 2009

Você pode ver?

Que confusão de sentimentos delirantes...
É só ver aqueles olhos...
É como infiltrar num espaço oculto de prazer e sedução.

Da louca serpente, capturar o doce veneno...
Sugado da mais bela face
Neste momento presente...

Qualquer coisa traz alegrias e lágrimas aos olhos...
Não pode ser o mundo...
Senão todo o reflexo do que pressinto em ti.

As horas

Quero ficar só....numa solidão agitada
São tempos comprimidos
Lapsos de espaço flutuante...

A imagem dos pensamentos perversos
vem à tona para afundar meus sentidos
Sim, são livres, mas há uma chave...

A tempestade não é a única que pode decifrar o estado das coisas
Não, a extensão iludente que se tem com a verdade...
mostra-se em forma de ironia...e isso dói

Imagens, palavras...ciclo infinito até que nasça uma curiosidade
Qual vale mais...
Olha...sentimentos são mais confiáveis do que isso.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A casa branca


Então parece que se fechou...
Tudo o que um dia eu sussurrei...
Todos os sinais que enviei...para onde foram?

As folhas suportaram...
E naquele dia o vento se cansou de ventar
Não havia quem o sentisse...

Ah...a imensidão dos espaços que nunca foram preenchidos...
Os passos em silêncio...
As paredes não mais murmuravam segredos e olhares e sorrisos...

O que nunca foi aberto se fechou...
A folha em branco ainda espera a história continuar...
Os sons viraram lágrimas naquele dia...

Ela recua. Atravessa.
Respira o olhar mais bonito.
E a folha em branco ainda espera a história continuar...