quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Timidamente "tuitando": http://twitter.com/lu_frbh

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

This is not the end of the road...never...

Disturbing Movie...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fico com meus espaços vazios
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Até que não caibam mais em mim
e eu torne a usar palavras...

(fragmentos de Léo Ribeiro)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

100ª postagem...

Meu Caos...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Skhizein (Jérémy Clapin,2008) from Bertie on Vimeo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Into the...




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

De tudo que já senti...

As folhas estão indo embora
A tempestade se retorce
E bem no fundo do tempo há uma paz

As ruínas dos meus pensamentos me arrancam do sonho leve
Para qualquer lado que olho tem sempre alguém que controla os passos dos sentidos previsíveis

A liberdade se perde a cada grão que cai
Os desejos são feridos
E na superfície dos horrores há um cofre de verdades inventadas

Para qualquer lado que olho
Tem sempre ladrões e urubus por trás
Então ande um pouco mais até não sentir seus pés

Alguém está só no meio do nada que enche a vida
Quebram suas lanternas...só há escuridão e sangue
Um sussurro se esvai em meio ao vento amarelo

No fim de nada há um começo para tudo
São frases reais...não é simples
Simples são as maneiras de enganar...e é tão real

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Animação Stop Motion - Adam Elliot / 2009

Delicado e charmoso...

Indicado para adultos: temas como solidão, depressão, ansiedade e suicídio.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Linha tênue entre...

o verde que outrora eu via como azul se transformou nas terras altas
pois que a folha que me tocou era feita de algo entre algodão e ferro
ela sabia que o tempo estava a favor daqueles que lutam do lado de dentro
fechou os olhos e, de repente, pode enxergar
quanto mais ela ouvia, mais se ausentava do lugar
rapidamente olhou para uma árvore para não enfrentar a reprovação
desviou os sentidos ao enxergar na ponta de metal a salvação
ela só queria deitar-se ali, nada mais
às vezes calava-se para não ferir os próprios ouvidos
os cortes amenizavam a dor até sua voz rastejar melancolicamente na parede
porque a lua estava ali, e ela teve certeza de algumas coisas
o som ecoava intimamente...ficou molhada
desenhando os caminhos todas as noites neste ou em outros mundos
além da dor, ela tinha outro confidente
ele não saía dali, o inevitável
latejando sussurros no escuro
estou aqui não porque devo, mas porque prefiro aqui a qualquer outro lugar no mundo
e foi assim que ela coloriu a existência entre ser e estar...entre desejo e silêncio.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

...porque é segunda-feira e...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pelos dias rangentes...

...espaço com linhas mal preenchidas...
...páginas arrancadas de qualquer coisa...
...tenta falar, mas só gemidos saem...
...passos gelados em direção ao amargo do nada...
...sombras desiguais latejam...latejam...
...piscam lá dentro os olhos de um pássaro faminto...
...ponto cego revirando nas órbitas...
...dentes afiados sussurrando sangue...
...labirinto com cheiro de coisa adormecida...
...asas que batem em negro suave...
...o vento do acaso rasga a carne entre as penas...
...no quintal sem flores ele gritava saudades.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

E o que aprendemos com isso?


você sente em seu corpo a gota quente fechando as marcas da noite
pela primeira vez você se sente confortável consigo mesmo
as palavras incessantemente escritas parecem saídas de uma gaiola recém aberta
não importa mais onde chegamos, nem para onde vamos
estamos sendo o que queremos, o que sentimos?
a sensatez faz mais sentido quando não estão olhando
as regras se esqueceram do inevitável
em meio aos trovões dos sentidos jorra sangue
e, de repente, você sente medo e acende a luz
sua arma novamente trava
qual o significado da caixa ao seu lado?
e você dorme na dúvida entre ser e dever
é como ir...voltando
a janela se fechou
é cômodo calar-se
não tenho um final...
a caixa...a caixa, senhor.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os mistérios da bolha

Você se sente preso na casa errada tentando achar a saída...e se esquece que por mais que tente fugir, nunca poderá se afastar de si mesmo. E então você arranha o piso e queima as cortinas. A dor se torna insuportável e só o que você tem é um velho travesseiro. Chegará o dia em que tudo ficará destruído. E quando nada mais houver, nem paredes nem cadeados nem correntes nem mandamentos nem unhas nem fogo, você talvez enxergará que o lugar em que estiver pouco importa.

Você e sua mente. Você e sua mente...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Porque às vezes...

...as minhas vontades vão contra a areia verde que cai na ampulheta e são interrompidas por um gemido imaginário que acelera a noção espaço / tempo e mistura folhas, névoa, madeira, lanças, gaita, trovões, sorrisos, paisagens distantes, lobos, botões e ...! Era o espelho me dando um adeus...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Certa vez entendi...

Ser sincero é enfrentar os silêncios que com certeza virão...e saber ouví-los.

Dead Flies Art

Magnus Muhr é um fotógrafo sueco que em algum momento resolveu montar um ensaio usando apenas moscas mortas. Só que a ideia ficou tão legal que rapidinho se espalhou internet afora. Veja o moscário completo por aqui.


domingo, 11 de outubro de 2009

Violeta como as rosas de inverno

foto: luciana

...dor recente, flores vivas ainda palpitam no escuro...
...passagem fresca, passos molhados para lugar algum...
...negro pássaro anuncia o cheiro dos últimos segundos...
...olham para a expressão vazia e esperam as paredes se fecharem...
...tão fria e distante, posso sentir o sangue escurecendo...
...no fundo dela ecoa o som do nada...
...de repente me dei conta de que eu era a única pessoa que estava pensando...
...me veio a certeza cinza de que os espaços gélidos nos aguardam...
...Violeta como as rosas de inverno...
...Violeta como as rosas de inverno...se fechou.

(em memória).

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

UP.........

Um amor antigo. Vida e morte. Um vendedor de balões. Um desejo. Um escoteiro. Um aventureiro ambicioso. Reticências...
...
Inspirador...
http://www.disney.com.br/cinema/up/

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Em algum lugar...


...e eu sei que toda vez que vejo uma cerca no caminho quero ultrapassar.
...fico imaginando a vida por detrás das árvores na estrada.
...o leite daqui é real.
...o som dos passos brilhantes do olhar daquela casa me deixa viva.
...porque meu café nunca terá o gosto da roça.
...eles tem mais riqueza nos olhos do que nos bolsos, daí algo eterno.
...durante o caminho: vocês podem falar, só escuto o som do cerrado.
...penso que eu enterrava pedras naquelas terras para não me esquecer de onde eu vim.
...e ela me sorriu como se soubesse. ela me sorriu porque me conhecia.
...e uma das coisas que mais gosto é que nas fotos deles não há pose nem sorriso obrigatório, tampouco expressão fictícia. Nas fotos deles eu vi verdade.
..."lua, lua...olhe para essa menina, me ensine a dela cuidar..."
...olhei durante muito tempo para as rugas dela como quem há muito não lia uma história real.
...voltando ao cimento, o que me consola é saber que minhas pedras ainda estão lá de alguma forma.

...e é para você que quero contar tudo isso.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Primeiro Stop Motion de Tim Burton

Trata-se do primeiro trabalho em stop-motion de Tim Burton. Conta a história de Vincent Malloy, um garoto de 7 anos que quer ser como Vincent Price. A narração é do próprio Price.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Então...


Era uma vez uma luz...
Ela se desfez como as curvas virgens de frases efêmeras

As palavras que saem de sua boca
são tão estéreis quanto seus amores...

Não fale.
Você não sabe sobre mim

Representando um papel a cada passo que dá...
Você não pode entrar em si mesmo.

Quando aparecerem suas pseudo-verdades,
de um gemido tímido, um grito virá.

Era uma vez uma luz...
Prefiro viver com minha verdade não inventada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Porta secreta


Passos que são ouvidos por ninguém
Borboleta sobrevoando meus pensamentos distantes

Sussurros que chegam a lugar algum
Vontades que se calam

Relógio de areia que colore o tempo
Ah, a folha suporta os rabiscos de mim

É voltando que pareço ir
Por um triz o quase me acompanha

O sol quer mostrar que a noite dentro de mim não tem valor
Para todo lado que olho só vejo paredes em meio às cartas mortas

E eu terminarei o dia com reticências
...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fina seda dos perdidos ventos...

foto - National Geographic

...Ah, aranha presa nessa teia tênue...

...É um desdobrar-se de rotinas lentas...

...Só quer perder-se nesse ar que passa...

...Em meio aos aromas de perdidas bocas...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Duas sombras...

foto - National Geographic

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

...reticências...

foto: luciana

...ela enxergou as sombras na parede...
...sentiu o som das águas ao vento...
...não sabia mais se eram lágrimas ou gotículas na janela...
...olhou para o dragão do poste...
...os relâmpagos a fizeram imaginar...
...o anjo envelhecido estava ali...
...no escuro do quarto ela esperou...
...adormeceu descoberta...
...e ela ainda espera...mas prefiro imaginar que não...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Video Games Live - Belo Horizonte


Belo Horizonte será palco de um fabuloso espetáculo, que reúne as trilhas sonoras de grandes clássicos dos videgames, ah sim (!).

O Video Games Live (VGL) foi criado nos Estados Unidos em 2005 pelo maestro Jack Wall e pelo compositor Tommy Tallarico, músicos que compuseram temas de jogos como "Earthworm Jim" e "Myst". O show é um dos principais eventos de "game music" do mundo, e deve estrear em mais países em 2009, incluindo Suíça e Holanda.

Por aqui haverá apresentação no dia 30 de setembro, no Palácio das Artes.

Ingressos à venda:
http://www.fcs.mg.gov.br/agenda/1270,videogames-live.aspx
Ah...digno de arrepios...(!)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Memórias de um sonho lúcido...


Tinha o vento. A folha. O cheiro do morango.
As flores de jabuticaba. A janela. Um banco. Paredes de cetim. Laços azuis e cor-de-rosa.

Tinha uma menina que sentiu o ar colorido em meio aos sons de um pássaro que cantava para existir...

Enquanto a luz do dia mudava, as folhas voavam e a nuvem se afastava timidamente. Ele começou a sentir...

“Os olhos vêem o presente sob a luz do passado”

O que havia ali, as reticências se encobriram de responder.

“Então são espaços a serem preenchidos...”

Aos poucos, reflexos de ser e estar. Convergência sinestésica.

E então eles estavam falando sobre informação real transmitida por um sentido de percepção de outros sentidos... E os significados dançavam no ar...

Oh. Ela suspirava como se ele pudesse ouvir... Sua cor, agora, parecia saída de um sonho.

Os laços iam. Voltavam. Paravam esperando a respiração...

“Falling... Falling..."

E quando a razão se esconde, os sentidos sangram para ela saber que está viva...

Então são sussurros...segredos...verdades...sonhos...desejos e, finalmente, sorrisos.

Ah, como ela queria tocar aqueles sorrisos...!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mercy Madonna of Malawi

Sarney, CPI, gripe suína, demissões mundo afora, etc, etc e tal....mas hoje o que mais chamou minha atenção foi este grupo de artistas do Malaui, país da África Oriental, representando as tentativas da cantora Madonna em adotar uma garota malauiana. Eu bem que tentei...mas não achei um hiperlink decente relacionado, pois quase todas as referências do país possuem imagens da referida "estrela". Neste caso, também poderíamos realizar a busca por "Malaui" digitando "Madonna", ou "Madonna Mercy", ou "Madonna África", ou ainda "Adote-me", ou enfim...

No espetáculo Mercy Madonna of Malawi a cantora é representada pelo ator negro Robert Magasa, que usa peruca loira e pintura facial branca. Agora eles estão se preparando para uma apresentação na Escócia.

Relembrando o fato: após uma longa batalha judicial, a Corte de mais alta instância do país concedeu custódia definitiva da menina à pop star. O episódio gerou polêmica tanto em países ocidentais quanto na África. As opiniões se dividiram entre os que criticaram Madonna por usar sua riqueza e influência para conseguir a adoção - alguns acusando-a de "comprar" a criança - e os que consideraram que Mercy James terá uma vida melhor no exterior.

O fato é: os produtores do musical dizem que querem contar a história sem tomar partido, mas também apresentar as complexidades do dilema de tirar uma criança de sua cultura, ainda que isso signifique partir para uma vida de privilégios.

"É por causa da pobreza que os malauianos põem suas crianças em orfanatos. Há maneira de cuidar dessas crianças em seus países, sem serem levadas para outras culturas", disse o autor e diretor da peça, Toby Gough.


Madonna e sua nova filha, Mercy James

Com valorosas contribuições da BBC

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Os segundos que eu senti...


...foi quando, de repente, a luz se cansou...a pipa desceu...o ar esfriou...a boca se abriu...a palavra tremeu...o cachorro voltou...a flor encolheu...o ponteiro rodou...o morcego sorriu...o farol acendeu...a grama descansou...e, agora, as árvores da noite sussurram os silêncios e olhares e toques e saudades daquele dia colorido...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não muito distante...


Nos braços do Rio Ganges trepidam sensações que atravessam suavemente a fronteira dos corpos que flutuam...
No bico do corvo, nas margens despedaçadas, à deriva do esquecimento...
A palavra cremada se espalha pelo mar de rostos como o bater das asas de um colibri amargo...
O mundo da noite silencia a visão inominável que se tem das águas que abrigam mistérios e sussurros...
O grito suado será despertado pela luz que anuncia o ritual...
Cada segundo que passa é o começo do fim para quem se deixa abraçar pelo Ganges...
E então o sono ficará para sempre aprisionado nas verdades que nós mesmos criamos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Teaser Trailer

Tim Burton no País das Maravilhas apresenta:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Porque me lembrei do Michael Jackson ...


"O Pequeno Príncipe" - Antoine de Saint-Exupéry - 1974(escrito em 1943).

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Eu, enquanto eu mesma...

meus passos sem por quês observam o sol mudar de posição...
os sons, às vezes em silêncio, parecem remar contra o chão imundo...
mãos que dançam com flores sorriem ao vento...
se afastam aos poucos os olhos que buscam aceitação...
sem saber o que, ela fica. ela deita sem relógio.
despe-se do senso comum e observa o estado de todas as coisas que pressente...
ela desejou o que não podia.
pisou nas fitas de cetim que se desfizeram dos laços preguiçosos.
de um lado para o outro, o bater das asas coloriu o ar.
presente e passado trocaram de espaço.
aqui dentro sentia o lado de fora...às vezes luz. sempre quente.
na penumbra ela sorria celebrando a vez das sensações...
o corpo, agora trêmulo, emitia os gemidos soturnos que um dia já foram acolhidos...
e de pensar que é justamente quando ela vai que ela mais volta...
resolveu não resolver nada. seria conduzida pelas fitas de cetim...
queria ouvir. queria uma testemunha daquele momento...
o som escureceu.
o olhar, agora em silêncio, acordava aos poucos...
em meio às asas, laços, cores e gemidos...
ela vestiu-se e se pos a chorar...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Caos...Calmo...



Caos Calmo (Antonio Luigi Grimaldi, Itália/Inglaterra, 2008) é um dos mais belos filmes que já vi...Não se pode escrever com precisão sobre uma obra destas, por isso, serei breve...

Pietro perde a esposa. Se o bom senso ensina que o viúvo precisa de apoio, o empresário age como um insano ao apoiar seus amigos e familiares. Ele fica disponível. Ele contempla. Assim, deixa o caos girar ao redor: os familiares vem e vão, colegas do trabalho pedem conselhos, a irmã de sua ex-mulher bate o carro, todas as coisas rodopiam dentro e fora da praça escolhida por ele para passar os dias...A vida está ali. Ele não sai de frente à escola da filha. "Todos os dias você me verá aqui olhando para sua janela...". Ele, enfim, se torna o banco dos outros e, no fundo, todos nós queremos bancos...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Enquanto isso no fantástico mundo da criação...

Bem...nós, que somos da área de Comunicação , sabemos muito bem como a estrada que leva a um produto, à uma arte final, à uma identidade visual, à uma logomarca, etc, etc, etc e tal, é tortuosa, mas ela também pode ser engraçada considerando-se alguns "recursos técnicos" e algumas artimanhas dos nossos queridos clientes...

Segue abaixo pérola recebida pelo atendimento de uma agência:

"Fulana, seguem as alterações da Literatura PED 5 e 6:
Cor: Acharam as cores da capa e contracapa muito fortes, em compensação, o miolo está muito claro, branco. Querem que sejam trabalhadas tanto capa, contracapa e miolo com uma cor mais clean, um colorido remetendo para a Pediatria. Pode utilizar um degradé, geralmente pra coisas de Pediatria, se utiliza bastante as cores do arco-íris, algo colorido, mas não impactante! Na imagem do vidro Xarope, tirar a palavra Xarope."

É...é o famoso "bate, mas não encosta"...

Continuando...

A fim de apredermos o significado de uma logomarca no contexto universal das relações multifacetadas, segue um exemplo (clique para ampliar, por gentileza):


E para completar...



Entendeu?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Enquanto isso na Índia maquiada de Brasil...


Ao estudarmos a cultura hindu nos deparamos com algumas interrogações em nosso país. Em “Caminho das Índias” (precisei assistir alguns capítulos), o enredo novelesco nos mostra que o povo mantém desprezo pelos dalits, apesar da proibição por lei. Por que segregar “aqueles que nasceram da poeira sob os pés de Brahma”? Já ouvi por aí que, felizmente, quem é cristão não cultiva o preconceito: “Ainda bem que aqui não tem isso!”.

Pois bem, partindo dessa afirmação, pergunto: brasileiros cristãos, o que as pessoas fazem quando uma criança maltrapilha e desnutrida se aproxima do carro para vender algo? Levantei a mão: Vidro aberto logo é fechado. O olhar desvia para qualquer outro lado... Sinal verde. O carro acelera sem cerimônia. Podemos visualizar essa mesma cena milhares de vezes durante o dia, e tudo isso para manter as crianças dalits no “devido lugar”.

Por que nos prédios há entrada separada para empregados? Por que quem é desprovido de bens não pode ter tratamento digno nos hospitais e morrem em uma fila de espera, entre outros? Ora bolhas, nossa sociedade também está divida em castas! Classes A, B, C e D. Ricos, bom poder aquisitivo, pobres e, finalmente, a poeira sob os pés de Brahma.

Sim, senhor. Em nossa sociedade capitalista dividimos a população pela condição financeira. Quem tiver dinheiro valerá mais, não importa se a criatura for medíocre e boçal. Na Índia, o que justifica a segregação é a inferioridade espiritual. Lá e aqui há extremos – e penso eu que a verdadeira sabedoria está mesmo é no caminho do meio...

sábado, 27 de junho de 2009

Instante fragmentado


Esperando o vento se cansar de fugir...
Vendo aonde vai chegar...
"Alguma coisa".

O tempo não se perde para aqueles que não se entregam a ele...
Saindo daqui perco as cores
Os jornais pelo chão ensaiam voar...

O que se abriu um dia...fechou.
A tarde de um sonho lúcido...
Duas sombras que se buscam

A luz silenciou os espaços
Sem poder enxergá-lo...
Ela brinda ao chão deslizante

Cada passo...cada cor...
Ele se vira...ela espera...
"Alguma coisa".

O vento chegou. O tempo não foi perdido...
As cores ficaram.
Os jornais se foram...

Duas sombras que se acharam...
Retorno à luz
Ela sussurra..."É...deve significar alguma coisa"...

domingo, 21 de junho de 2009

Você pode ver?

Que confusão de sentimentos delirantes...
É só ver aqueles olhos...
É como infiltrar num espaço oculto de prazer e sedução.

Da louca serpente, capturar o doce veneno...
Sugado da mais bela face
Neste momento presente...

Qualquer coisa traz alegrias e lágrimas aos olhos...
Não pode ser o mundo...
Senão todo o reflexo do que pressinto em ti.

As horas

Quero ficar só....numa solidão agitada
São tempos comprimidos
Lapsos de espaço flutuante...

A imagem dos pensamentos perversos
vem à tona para afundar meus sentidos
Sim, são livres, mas há uma chave...

A tempestade não é a única que pode decifrar o estado das coisas
Não, a extensão iludente que se tem com a verdade...
mostra-se em forma de ironia...e isso dói

Imagens, palavras...ciclo infinito até que nasça uma curiosidade
Qual vale mais...
Olha...sentimentos são mais confiáveis do que isso.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A casa branca


Então parece que se fechou...
Tudo o que um dia eu sussurrei...
Todos os sinais que enviei...para onde foram?

As folhas suportaram...
E naquele dia o vento se cansou de ventar
Não havia quem o sentisse...

Ah...a imensidão dos espaços que nunca foram preenchidos...
Os passos em silêncio...
As paredes não mais murmuravam segredos e olhares e sorrisos...

O que nunca foi aberto se fechou...
A folha em branco ainda espera a história continuar...
Os sons viraram lágrimas naquele dia...

Ela recua. Atravessa.
Respira o olhar mais bonito.
E a folha em branco ainda espera a história continuar...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Se você ainda não esta sorrindo, por favor.......

Ah...a nudez de um sorriso. O grande motivo não tem motivo algum. Vem não se sabe de onde...Propósito? Desconhecido. Inexistente. Entenda como quiser, pense e conclua o que lhe parecer mais adequado. Se não o fizer, você saberá do que estou falando...

Ah...a nudez de um sorriso!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Janela adentro...escada afora...

"Relativity" -M.C.Escher


E foi então que eu respondi...

- Às vezes, eu vejo o céu pelo chão...E o silêncio me sorriu.

E foi então que comecei a pensar sobre a diáletica dos conceitos, das convenções, dos símbolos, dos paradigmas, dos jornais, das propagandas, das relações, de mim mesma.

- Hum. Murmurei três vezes: Beija-flor. Pena. Espada.

E foi então que fiquei com o olhar de quem esta e não esta. De quem vai e volta.

- Às vezes, eu vejo o céu pelo chão. E os meus dedos escreviam o que a outra mão apagava...

E foi então que eu entrei saindo. Saí entrando. Fiquei no mesmo lugar.

- Tudo esta acontecendo enquanto eu não sei...

E foi então que a pergunta saiu. A resposta não entrou. A pergunta foi atrás e entrou. A resposta pensou e resolveu sair. O resultado não saberei dizer...

Enquanto isso eu estava acontecendo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

As tardes, elas sabem...


E eles sorriram com os olhos.
Mais uma vez ela estava presa atrás do vidro dos sentidos possíveis...
O espaço entre seus desejos e apertos e espasmos e anseios não mais existia.
O vento trouxe uma chuva quente...
Ela esperava.
Tudo se comprimiu em silêncio.
Continuava então a esperar...
Tecia versos no ar como se fosse dançá-los algum dia...
Se ao menos ele soubesse...dançaria com ela?
Aqueles dias seguiram...o vidro...o vento...a chuva...os versos...
Eles choraram sem que ninguém percebesse...
Se ao menos ele soubesse...responderia?
E o que ela mais queria era olhar para aqueles olhos e sentir que poderia morar neles...
Ela ainda espera...
O que realmente dói é o fato de que ele nem ficou sabendo...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Porque eu achei incrível...


Foto de um monastério no Butão, que fica na beira de um precipício, numa altura de 1000 metros das rochas...

Ah, o monastério budista admite um limitado número de turistas para períodos de meditação...e de aventura, óbvio.

Fim!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Enquanto isso na Aldeia Indígena...

Durante séculos, guaranis, terenas, krenaks, kaingangs entre outros povos indígenas sofreram grandes transformações que afetaram sua economia, cultura, religiosidade, organização social e...o cadastro de "pessoa física".

Explica-se (!!):

Cerca de 1.700 índios guarani-terenas da Aldeia Moreira, em Miranda (MS), a 194 quilômetros da capital Campo Grande, foram parar em um cadastro de inadimplentes (Serasa) porque não pagam suas contas de luz desde 2003. Os débitos de cada índio chegam a R$ 4 mil. Eles receberam o aviso no final da semana passada e estão sem crédito no comércio da cidade. O ex-cacique da aldeia, Narciso Vieira, avisa que se não houver acordo com a Enersul, distribuidora de energia no Estado, "a situação vai provocar briga".

Os índios alegam que têm direito à isenção, porque linhas de transmissão e uma subestação da Enersul estão na aldeia. O argumento tem como base relatório da Conferência Regional dos Povos Indígenas do MS, promovida em 2005 pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que aponta a "isenção total" na taxa de energia para os índios. Além da instrução do relatório, Vieira explicou que já houve um acordo verbal com a Enersul na década de 1970. "Mas o cacique da época mal sabia falar português. A meu entender houve uma jogada da pessoa branca com índio", afirmou.

A presidente da Associação Terena das Mulheres Indígenas de Moreira (Atemim), Silsa Vieira, apoia um acordo com a Enersul. "A gente está tentando conseguir nosso direito. Não somos mau pagadores, senão a cidade não venderia para nós a crédito. Queremos a isenção."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vídeo-manifesto do Greenpeace

Boa ação de marketing de emboscada somada a um registro em foto/vídeo sensacional...



A partir de 1:30min tem uma colagem de várias ações de marketing de emboscada do grupo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Porque o nada é muita coisa...



Ah...a beleza daquilo que possui. A beleza do que não possui...do que tem cor, mas também sua ausência...

Som...palavras adormecidas...A beleza do que é e do que apenas esta...

Eu sigo. Eu volto atrás...

O disposto se atrai...

Ah... o nada é realmente fascinante.

...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sim, essa mesma...!!


Pois bem. Claro que não escreverei sobre ela, pois todos já estão saturados de tanta referência na mídia. Hoje mesmo me surpreendi com a tentativa de lembrar se o nome dela era Sandra ou Sonia...ou Sarah. Errei os três. Perturbação mental. Qualquer site que abro, a foto da dita cuja está lá...seja porque mudou "radicalmente" o visual, seja porque nunca beijou alguém (não posso comentar), seja porque supostamente recebeu proposta para perder virgindade (definitivamente não comento...) diante das câmeras (não ouso comentar), seja porque recebeu proposta para gravar um CD...ou porque foi chamada por Cyndi Lauper (nem tive tempo de pensar em comentar isso)para participar de uma comédia (idem) sobre alguma coisa que não me lembro mais, etc.

Pois bem, "Susan Boyle" virou piada em South Park. No episódio, que foi ao ar na noite da última quarta-feira (22) nos EUA, Kyle lê uma carta deixada por seu irmão Ike, que diz: “Queridos mamãe e papai, estou fugindo de casa. Me desculpem, mas eu não consigo lidar com a monotonia da vida da classe média. Todos na escola são uns idiotas, e se mais uma pessoa falar da versão de Susan Boyle para ‘Les misérables’, vou vomitar (...). Eu amo vocês todos, mas tenho que sair dessa. Estou indo para a Somália para me tornar um pirata”.

É como eu sempre digo...mas como sempre digo não vou dizer de novo para não deixar a coisa saturada como a situação acima.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Twitter pode deixar pessoas insensíveis


As breves e constantes atualizações disparadas pela TV e internet – em sites como o Twitter e agregadores de notícias -- podem reduzir a moral das pessoas, além de torná-las indiferentes ao sofrimento humano. A informação pertence a um estudo da University of Southern California, divulgado pela CNN.

De acordo com a pesquisa, esse tipo de notícia é muito rápida para ser processada pelo “ritmo moral” do cérebro, podendo assim prejudicar o desenvolvimento emocional dos jovens. Isso porque antes de o cérebro “digerir” completamente a angústia e sofrimento de uma história, ele já é bombardeado por novas informações.

“Se as coisas acontecem de maneira muito rápida, é possível que a pessoa nunca experimente por completo as emoções relacionadas ao estado psicológico de terceiros. Isso teria implicações para a moral”, afirmou a pesquisadora Mary Helen Immordino-Yang, segundo a CNN. A pesquisa será divulgada oficialmente na próxima semana na “Proceedings of the National Academy of Sciences Online Early Edition”.

Para chegar às conclusões do estudo, os especialistas analisaram como voluntários responderam a histórias reais selecionadas para estimular a admiração por virtudes e habilidades, além de compaixão por dores físicas e sociais. A análise cerebral mostrou que eles responderam rapidamente a sinais de dor física nos outros, mas levaram mais tempo para manifestar admiração e compaixão.

“Para alguns tipos de pensamento, especialmente decisões morais relacionadas a situações psicológicas e sociais envolvendo terceiros, precisamos de tempo suficiente para refletir”, disse Immordio-Yang.

De acordo com ela, o estudo questiona o custo emocional, principalmente entre os mais jovens, do uso intensivo de serviços via TV e internet de constante atualização. “Precisamos entender como a experiência social molda as interações entre o corpo e mente, para que possamos assim educar cidadãos com uma moral fortalecida.”

Eu li no G1.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quem procura acha...?


Acordei achando.
Inclusive acho que acordei...e de qualquer forma, estou vendo o ambiente de forma "minha" mesmo...sem interferências imaginárias da TV, dos filmes que eu vi, ou do muito que li...É como sentir todas as coisas como se elas estivessem despidas...e, portanto, com a melhor roupa.

Eu não ouvi música. Ouvi o som da cidade...os passos, os murmúrios, as estratégias sutis de se esquivar do passageiro que está no onibus em pé, cheio de sacolas, enquanto você está sentado e confortável...em sua zona. Porque não é com você. Porque o outro não é problema seu. Porque usei a palavra "problema". Porque isso sim é um "problema". Porque nos tornamos meros produtos do ambiente e, por isso, incapazes de sentir o outro e "nos" sentir. Porque só respondemos aos estímulos. Porque as respostas são prontas, frutos de um modelo impositor, que foi permitido por alguém que queria mais. Porque não sabemos explicar. Porque não sabemos perguntar. Porque nos limitamos a cumprir o papel do trabalhador, do ocupado, do apaixonado,do endividado, do carinhoso, do solitário, do cansado, do indiferente, do poderoso, da vítima, da modelo da revista. De papel em papel nos esquecemos do que havia ali...e o que é pior, nos esquecemos se havia mesmo...

Eu resolvi parar e ver...mas não só isso. Resolvi escutar, sentir, e também não fazer nada disso, porque o nada é muita coisa.

Estamos mesmo vivendo em uma realidade movida pelos disparates da mídia, isso não é novidade. Acontece que o círculo se torna vicioso se não pararmos. Por isso eu parei...não sei mais se existe essência, se essa palavra está pautada pela mídia...se a mídia e seus mantenedores sabem o que é isso...se as formas físicas que nos constituem estão no padrão, se o cabelo está aceitável como vemos nas revistas, se a pele segue as dicas de tratamentos que valem o salário do mês todo...se os sapatos estão desconfortáveis e, portanto, adequados...Isso é uma perseguição sem fim, e o que significa essa busca? Isso tem que significar algo? Que símbolo estamos querendo para nos representar? Precisamos de rótulos? O que pretendemos no final..quando se forem os dedos e ficarem os anéis...?

O que eu quero dizer é que eu não sei mais reconhecer um olhar.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dia mundial do beijo...


Ah, o amor...Ah, a paixão...Ah, o beijo...aquele que não sabemos onde começa e nem onde termina...com direito a um dia mundial e tudo mais...

Beijar não faz mal à saúde e ainda é antidepressivo...

Por quê?

Ora...há quem pense que beijar faz mal para os dentes, mas além de não ser verdade, o ato ainda pode fazer bem para o coração. É o que defende uma terapeuta e sexóloga britânica, que afirma que beijar pode ser uma das maneiras para combater a depressão. Embora nos casos de depressão clínica, o acompanhamento médico e a medicação não possam ser dispensados, Denise Knowles afirma que o beijo pode ser uma maneira fácil e rápida de obter um pouco de bem-estar a curto prazo. Isso porque beijar, como qualquer atividade física, ativa a liberação de endorfina no cérebro, substância ligada às sensações de prazer. E, convenhamos, beijar é muito mais interessante que correr na esteira, não? Se bem que depende claro...o beijo tem que vir daquele jeito...sem começo nem fim...

Texto interessante sobre o beijo...o universo e tudo mais:
http://nao2nao1.com.br/beijo-e-sexo-sao-coisas-que-nao-existem/

Sendo assim...beijos para todos...com sabor de chocolate em homenagem à Páscoa.

Bem vinda, segunda-feira...


Até agora, nada em especial acontecendo...só o de sempre...

"Paralisação faz trens circularem no RJ em esquema especial"; "Mercado prevê recuo maior do PIB em 2009"; "Cerca de 2,5 mil famílias sem-teto invadem terrenos em SP"; "Com alimentos em alta, inflação sobe na maioria das capitais"; "Governo americano quer GM preparada para pedido de falência"; "PF realiza busca e apreensão no banco Opportunity, de Daniel Dantas"; "Em greve de fome, Morales cancela ida à Cúpula das Américas"; "Homem pode pegar 10 anos de cadeia por roubo de papel higiênico (só podia ser em Varsóvia)"; "Austríaca que ligava até 49 vezes por dia para o filho leva multa (ela disse que só queria falar com o filho...)"; "Mulher capota a Ferrari emprestada do chefe, prejuízo de US$ 125 mil"...ops...


e por aí vai...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Para começar bem o dia...

Um simples filme sobre comunicação...com uma trilha inspiradora e...sinais universais...Criado por "Publicis Mojo and @RadicalMedia Director, Patrick Hughes".

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dia do jornalista

O dia 07 de abril foi considerado pela ABI - Associação Brasileira de Imprensa como "Dia do Jornalista", em homenagem a João Batista Líbero Badaró, morto em São Paulo, em 1830.

Também é o dia da fundação da ABI, em 1908, que completa mais de um século de existência.

Que o jornalismo não "morra", ou melhor, que os jornalistas não "morram"...

Luciana

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Inglourious Basterds": novo filme de Quentin Tarantino

A Weinstein Company marcou o lançamento do novo filme de Quentin Tarantino, "Inglourious Basterds", para 21 de agosto de 2009.

A história do longa começa na França ocupada pelos nazistas, onde Shosanna Dreyfus Mélanie Laurent) testemunha a execução de sua família pelas mãos do coronel nazista Hans Landa (Christoph Waltz). Shosanna consegue escapar e foge para Paris, onde cria uma nova identidade como dona de cinema. Enquanto isso, também na Europa, o tenente Aldo Raine (Brad Pitt) organiza um grupo de soldados judeus para atacar alvos localizados. Conhecido por seus inimigos como "Os Bastardos", o esquadrão de Raine se junta à atriz alemã e agente infiltrada Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger) em uma missão para derrubar os líderes do Terceiro Reich. Os destinos convergem para o cinema onde Shosanna está planejando a sua própria vingança.

O filme vai competir pelo prêmio principal em Cannes, Palma de Ouro.

Assista ao trailer:



Com informações do Omelete

Soldados dos EUA usam música como "inspiração" e "tática" de guerra no Iraque

Militares americanos fazem ronda em bairro de Bagdá (Foto: AP)

A Guerra do Iraque transformou em realidade uma das cenas mais clássicas no cinema hollywoodiano. Ao se preparar para uma incursão contra insurgentes em Bagdá, soldados norte-americanos avançaram rumo ao combate ao som da “Cavalgada das Valquírias”, de Wagner, tocado nos autofalantes de tanques. Graças aos avanços tecnológicos recentes, a música finalmente se tornou portátil, e passou a ter uma presença marcante na experiência de soldados em conflitos armados pelo mundo, especialmente no Iraque.

Esta vivência real do que Francis Ford Coppola mostrou ao mundo em “Apocalypse Now” (na ficção eram helicópteros no Vietnã) foi relatada por soldados a Jonathan Pieslak, musicólogo que analisou a relação entre os militares e a música durante a invasão do Iraque, e que lançará um livro sobre isso no próximo mês.

Tecnologia

Se a música já fazia parte do cotidiano de soldados em outros conflitos da história, o grande diferencial da situação no Iraque foi trazido pela tecnologia. “Ela mudou a relação dos soldados com a música. No Iraque, eles tiveram a oportunidade de lidar com músicas de forma sem precedentes”, disse Pieslak. Isso vai de notebooks e MP3 players e Ipods a mesmo a capacidade de criar e gravar música.

“Todos os soldados têm suas músicas, e eles conseguem se relacionar com elas de forma íntima. Soldados da primeira guerra no golfo (1990-91) relataram que, por mais que tivessem alguns toca CDs na época, a tecnologia colocava uma barreira entre eles e a música, e eles contam que gostariam de ter Ipods e coisas do tipo naquela época”, disse.

Além de ouvir músicas, agora os soldados também podem criar as suas própria. “Acho que isso sempre aconteceu, de soldados comporem canções, mesmo que fosse de brincadeira, fazendo paródias. A diferença é que agora é fácil ter programas de computador que permitem que eles gravem discos inteiros no contexto do combate. Isso é algo que só aconteceu agora no Iraque.”

“Um dos soldados com quem conversei disse ter feito uma gravação com bebês chorando, e que isso funcionava para desestabilizar o inimigo durante alguns confrontos.”

reticências...

Fonte: Daniel Buarque