quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Em algum lugar...


...e eu sei que toda vez que vejo uma cerca no caminho quero ultrapassar.
...fico imaginando a vida por detrás das árvores na estrada.
...o leite daqui é real.
...o som dos passos brilhantes do olhar daquela casa me deixa viva.
...porque meu café nunca terá o gosto da roça.
...eles tem mais riqueza nos olhos do que nos bolsos, daí algo eterno.
...durante o caminho: vocês podem falar, só escuto o som do cerrado.
...penso que eu enterrava pedras naquelas terras para não me esquecer de onde eu vim.
...e ela me sorriu como se soubesse. ela me sorriu porque me conhecia.
...e uma das coisas que mais gosto é que nas fotos deles não há pose nem sorriso obrigatório, tampouco expressão fictícia. Nas fotos deles eu vi verdade.
..."lua, lua...olhe para essa menina, me ensine a dela cuidar..."
...olhei durante muito tempo para as rugas dela como quem há muito não lia uma história real.
...voltando ao cimento, o que me consola é saber que minhas pedras ainda estão lá de alguma forma.

...e é para você que quero contar tudo isso.

2 comentários:

Vieira Terrier disse...

O melhor é quando se percebe que parte de você ficou no lugar, e a outra se absorve do solo que se pisa.
Ainda melhor é quando a verdade se diz ao olhar. Poder se sentir mais leve. E ao mesmo tempo em que quando voltar verá mais erros.

É o tipo da coisa disse...

"Se queres ser universal .. canta a tua aldeia!"