sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Contabilizando...
Espero que mais da metade dos sucessos seja menos da metade dos sacrifícios.
Espero que a soma das maldades seja exaltadamente inferior às autocríticas de quem engana...
Eu gostaria que o total de pessoas partidaristas que insistem em pregar seus objetivos
fosse menor do que o mínimo de macro-perspectiva existente na política...
Queria admirar por mais tempo algumas pessoas. Eu as conheço menos da metade do que gostaria, e gosto de mais de 1/3 delas, algumas vezes mais do que elas merecem.
Mas no final das contas...aliás, no começo delas, é sempre bom não se fixar no "quanto".
Não não..."quanto" eu ganhei, "quanto" eu perdi...O que vale é sabermos o por quê.
E não é que o por quê é uma variante contínua?
Bem...nada concluo, tudo questiono, e sou contra qualquer tipo de fanatismo.
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Tempestade atemporal
São tempos comprimidos
Lapsos de espaço flutuante...
A imagem dos pensamentos perversos
Vem à tona para afundar meus sentidos
Sim, são livres, mas há uma chave
A tempestade não é a única que decifra o estado das coisas
Não, a extensão iludente da verdade
se mostra em forma de ironia...e isso dói
Imagem...palavras, ciclo infinito até que nasça uma curiosidade
Qual vale mais...
Olha...sentimentos são mais confiáveis do que isso...ou estão.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Com a palavra...a entropia
o rio segue normalmente.
O senso comum que se teve para definir as coisas...
Coisa. Palavra pequena para sentido amplo. Grande para o nada.
A palavra limita. Esvazia. Enche demais o de menos.
Cuidado com elas, senhor.
Estranhamentos são causados pelo uso comum.
Palavras propositais mascaram-se de um poder que elas não têm.
Oh senhor...as palavras podem doer...
Então deixe os velhos hábitos
Persista.Sobreviva ao cimento dos sentidos fabricados
Seja indiferente às palavras.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Paralelo
Não beijar quando tudo parece não ter sentido.
Não beijar quando as coisas têm sintonia.
Às vezes caio....como uma verdade tão certa de si.
E espero.
Até o dia seguinte...na mesma hora.
Então nosso esquema é esse.
Apenas continue.
Non-sense...a cada nota.
Sinto que não posso queimar mais, como os cansados vulcões...
Está tudo com você.
Então não se vá.
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Aquário
E por isso mesmo resolvo continuar, a cada passo...
Verdades formuladas por um estado.
Estado de você.
Tenho andado...
E eu sei.
Não me tentes.
Prefiro imaginar.
Às vezes o que torna algo eterno é justamente o seu estado permanente.
E eu quero. E seria com a efemeridade de uma vida...
O que seria, então?
Não faz diferença...
E agora sou apenas aquilo que desejei.
E eu sei.
Pára.
Por que não?
Venha...
E não fale sobre isso. É a primeira regra.
E quando as cortinas se fecharem...
Nesse instante começaremos...
Mas, me diga isso. Diga.
E nada importará.
E ficamos ali...sem saber, só sentindo.
E aí me diga.
E diga novamente.
O aquário está chamando do outro lado...
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
O inferno de todo mundo
Estamos em um eterno jogo, onde o que vale é a imagem sobrepondo-se à palavra, e a emoção, substituindo a razão. Constatação no mínimo trágica.
Ligamos a TV. Rapidamente o terrível condicionamento leva a maioria dos telespectadores a clicar no canal do plin plin. Quer falar de tudo, mas não fala satisfatoriamente do que interessa. Interessa a quem, mesmo? Ah, sim. Os detentores do poder. Para eles, só interessa nosso estado conformado. Bem ou mal. Em última análise, é assim em todos os outros canais. Mal da TV comercial. Começamos ridiculamente pelo pior caminho. A lógica de financiamento limita, omite, apela, empobrece, humilha. Todo o resto...bem, como diz - infelizmente - uma "apresentadora" - infelizmente - "abafa". Abafa...maldito seja quem se apropriou dessa palavra de forma tão grotesca. Há quem ouça isso e ache uma "gracinha" - infelizmente - não? Referências apavorantes.
O país em desgraça, e ainda nos deparamos com uma programação - não há adjetivos suficentes - enfim, vergonhosa. Eufemismo para não esculhambar de vez.
domingo, 22 de julho de 2007
Verdade conveniente
O rio Chico está morrendo...
A transposição vive cada vez mais
Os ribeirinhos infringem a lei para não morrerem de fome.
A lei. Lei insana. Lei egoísta. Lei dos poucos.
Todos se perdem de si mesmos...
O circo está armado. Palhaços vestidos de gente séria estão fingindo se preocupar.
Aeronaves não sabem se planarão. O governo não sabe. Eu não sei. Seu tio não sabe. Você também. Ninguém é capaz disso.
Pessoas-mercadorias estão se esforçando para ganhar medalhas.
Nessa lógica mercantil, não passam de objetos espetaculares.
A mídia sanguessuga sabe disso.
Assistimos bem de perto o desrespeito.
Talvez você não tenha percebido. O governo finge não saber.
As vaias. Todas as chances do "outro" são vaiadas.
A hipocrisia. Ouvir do locutor que o público aplaude o segundo lugar. Mas porque é segundo. Se fosse o contrário...
O que mais importa nessa sociedade-espetáculo é o próprio circo. Já o pão...
quinta-feira, 19 de julho de 2007
De mim para você
Estrela distante...
Talvez perdida como as conchas nos mares profundos...
Lança tua luz...
Que a escuridão ainda é maior do que nos seus olhos.
Olhos dispersos na imensidão
São tantos os suspiros, saudades, sonhos...
São muitas noites embaladas por segredos e silêncios.
A tua luz vem...
Bem devagar...acordando os sentidos
Renascendo os olhos
Olhos dispersos na imensidão...
Já viram de tudo...
Imaginaram muito esses olhos escuros...
Talvez não saibam da energia que têm
Os sonhos se perderam no mundo das sombras
O mar já não reflete mais a sua luz
Brilhe, Estrela...mesmo que o seu brilho não seja visto por todos
Mesmo que já tenha se cansado de ser estrela...
Mesmo que não saiba ao certo o por quê...
Ainda assim, brilhe!
Que os meus olhos não se cansam de se iluminar à tua luz...
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Lugar comum
Que confusão de sentimentos delirantes...
É só ver aqueles olhos...
É como infiltrar num espaço oculto de prazer e sedução.
Da louca serpente, capturar o doce veneno...
Sugado da mais bela face
Neste momento presente...
Qualquer coisa traz alegrias e lágrimas aos olhos...
Não pode ser o mundo,
Senão todo o reflexo do que pressinto em ti.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Versos ao medo
Torna-se um sonho acima da solidão.
Como ser um grão de areia que recebe o fardo de um diamante?
Uma terra estéril não pode ser um campo com pétalas flutuantes...
De volta ao começo.
Versos ao vento
Dia final
Quem sabe o que é normal...
Refúgio perdido.
Liberdade banida.
Corpo inóspito!
Descobre então uma alma insana...
A alma que aos poucos se esvai, perdida no vácuo de uma ilusão...
domingo, 8 de julho de 2007
Janeiro
O Rio através do mar.
Prefiro assim...
O mar não faz lembrar
o sangue lançado na vida das pessoas...
Na morte sondando os que andam com medo...
O mar é indiferente
Lança ao longe
Tantos lamentos...
Minhas dúvidas evaporam-se
ao pousar os olhos sobre a imensidão
que encobre conchas e seres e mistérios perdidos...
Quando se tem um mundo,
alheio à eloqüência insana do mundo...
Não há dúvidas.
Talvez desse para entender
Porque Ismália queria o mar...
Desceu ao mar.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Só eu
Poema nosso...
Os ouvidos saberão do que é meu...
Do que é nosso.
Quando eu escrever sobre a rainha que morreu sem conhecê-lo
Sobre pétalas voando para lugar nenhum...
Sobre o silêncio ansioso por gritar...
Sobre a dor ardendo bem no fundo...
Quando o papel mostrar um corpo que lateja dia e noite...
Um espírito seguindo sem rumo...por entre os vazios.
Eles saberão...
Porque você me deixou.
Duas sombras
Oh! Esses sons soturnos...
Sons inebriantes
Transferem toda a inação de sentimentos
Eloqüentes, incessantes...
Quando as harmonias dos sons turbam,
ânsias, pelo silêncio noturno pulsam...
Mas que fluxo vital é esse? Contra o espírito sereno que quer ficar,
a favor do silêncio doce que quer partir...
Tempos remotos,
lembranças sutis,
Sons ignotos
Do feitiço cabal, todo prazer que há no instante eterno...
O olhar único
leva a alma...
Plena de pecado dolente...
E se abisma no mistério.
É o que se tem...
O sangue percorrendo o corpo,
com um espírito tantas vezes ausente.
O grito cortante que se perde nos sonhos...
A mais pérfida serpente
Rouba todo o poder pulsante
De um par que aos poucos se esvai...
Por entre a noite iludente.
Reticências...
Não quero mais escrever de amor...
Do buraco que ele pode causar.
Do que me adianta lhe dar uma flor de um jardim onde nada cresce...
Mostrar estrelas em um céu solitário.
Ser capaz disso tudo, e não saber que o velho vulcão já se cansou de viver.
De queimar em mil faíscas, totalmente perdidas no tempo...