segunda-feira, 11 de maio de 2009

As tardes, elas sabem...


E eles sorriram com os olhos.
Mais uma vez ela estava presa atrás do vidro dos sentidos possíveis...
O espaço entre seus desejos e apertos e espasmos e anseios não mais existia.
O vento trouxe uma chuva quente...
Ela esperava.
Tudo se comprimiu em silêncio.
Continuava então a esperar...
Tecia versos no ar como se fosse dançá-los algum dia...
Se ao menos ele soubesse...dançaria com ela?
Aqueles dias seguiram...o vidro...o vento...a chuva...os versos...
Eles choraram sem que ninguém percebesse...
Se ao menos ele soubesse...responderia?
E o que ela mais queria era olhar para aqueles olhos e sentir que poderia morar neles...
Ela ainda espera...
O que realmente dói é o fato de que ele nem ficou sabendo...

2 comentários:

Fred Muzzi disse...

Triste, não é?

Eugênio Macêdo disse...

Lindo Lindo Lindo!!!
Tem alma de poeta!!!
Não achei triste!!!
É a beleza de uma caravana que passa pelo meio do deserto!!!!