segunda-feira, 24 de março de 2014

Da improvável permanência


Intermináveis quilômetros de silêncio
Quebram a singeleza de propósitos
Despem a verdade de seu manto de tempo
Alimentam a miopia emocional

Molham de escuro os rabiscos finais
É como o mergulho de apneia, tão profundo e dissonante
Às vezes não se move. Escafandro de mim
Cala-se para costurar o talvez do quase sempre

Cospe na dúvida dissimulada 
Apenas o jogo da entropia faminta  
Tão apática quanto o último som acordando o ontem
É exatamente quando a leveza machuca

A distância desse nós se revela uma triste gota do provável

E é sempre quando por um triz estou.


2 comentários:

Anônimo disse...

Doces palavras que reverberam na alma. Um eco de palavras não ditas e sonhos não vividos. Silêncio que finca na garganta mas grita por dentro e tenta fugir pelos poros. O que é a verdade, senão o que escolhemos acreditar? E as incertezas? Permanecem em reticências, sem resposta.

Att,
Seu fã número um

Luciana F. Righi disse...

as reticências, elas. sempre entre todas as coisas.